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EM NOME DE QUEM?
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Em sua edição de 22 de janeiro de 2007, a revista Veja publicou uma
matéria de Rosana Zakabi, com reportagem de Érica Chaves, com o título
"Os novos códigos da separação", onde aborda a diminuição das brigas
na justiça durante o processo de divórcio, com os casais mantendo
relações cordiais entre si para ficarem próximos de seus filhos. Amatéria
cita uma pesquisa do IBGE, divulgada no final de 2006, informando que
os divórcios no Brasil aumentaram 52% nos últimos dez anos, enquanto
a população cresceu apenas 14%. Ou seja, divorciar-se ficou mais fácil.
Ainda mais agora, com a recente lei que autoriza a oficialização do
divórcio em cartório, sem a intervenção da Justiça, nos casos em que
não há filhos menores ou incapazes.
O que me chamou a atenção no texto foi a ênfase dada à motivação por
trás dessa nova forma de encarar o divórcio: "continuar a participar do
dia-a-dia das crianças, de forma a evitar que os filhos sintam o temor -
e às vezes até o terror - de que um dos pais os abandone para sempre".
É verdade que os casais que se separavam há alguns anos, inclusive seus filhos, sofriam muito com
discriminação e maus tratos. Muitos desses filhos são os pais que estão se separando hoje e querem
evitar que seus filhos passem pelo mesmo sofrimento. Mas uma pergunta me vem à mente: será que essa
busca de se encontrar formas de minimizar o "choque causado nos filhos com a separação" é mesmo o
melhor para eles? É o melhor para a sociedade?
Ao saber que há um choque envolvido no processo de separação, como comprovado por "vários estudos",
como cita o artigo, não seria melhor investirmos na preparação de nossos filhos para que pudessem
passar pela fase da escolha de seu futuro parceiro de casamento com mais segurança e convicção em
suas decisões? Não seria melhor os filhos crescerem em lares onde vissem seus pais se tratando com
carinho e respeito, honra e atenção, tendo neles os modelos a seguir em seus futuros relacionamentos?
Fico surpreso com a crítica tenaz ao casamento como relacionamento "por toda a vida", querendo destruir
ou tornar "pouco inteligente" a sua visão de algo vitalício; afinal, não se declara no altar "até que a morte
nos separe"? Onde está problema? Por que alguns casamentos "dão certo" e outros não? Que valores
estão sendo implantados nos corações de nossos filhos? Ao levar as pessoas de nosso país a utilizarem
sempre o caminho mais fácil, não estamos forjando uma geração de pessoas que fogem diante das
dificuldades e que "abandonam o barco" quando a coisa aperta?
É interessante que os próprios especialistas alertam os descasados a manterem apenas uma relação
cordial e não mais íntima entre si, senão "as crianças ficam confusas e passam a acreditar na reconciliação
do casal". Ora, não há nessa constatação um alerta para a sociedade, na verdade? Os filhos não querem
viver sem seus pais. Se há interesse em que "sofram" menos com uma separação "politicamente correta",
porque não lutar por políticas sociais que invistam mais na construção de famílias estáveis? Pode-se
pensar que o casamento não deve ser "por toda a vida", mas os filhos são. Que mensagem mais
contraditória para uma criança: "Nós pensamos em você e vamos lutar pela preservação da amizade para
que você não sofra muito com a nossa separação, mas o mais importante é a nossa felicidade pessoal e
não vamos abrir mão dela por você."
Quando o apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios (capítulo 5), declara que o casamento é um mistério
que aponta para o relacionamento de Cristo com a Igreja, não consigo enxergar outra forma para esse
relacionamento que não seja o de aliança. Amor que se dá de forma total, independente das atitudes do
outro. Que maravilha quando um casamento começa do modo como Deus planejou, e não da forma
egoísta e com motivações tão erradas como se tem feito em nossos dias. Casamento não deveria ser
opção para filhos que não gostam de seus pais saírem de casa e fugir do ambiente familiar. A prática está
moldando o conceito. Como os casamentos estão começando errado e não estão "dando certo", a
sociedade está tirando a sua base (aliança) e anulando o seu valor como mecanismo criado por Deus.
Uma socióloga diz no artigo: "Não existe mais o conceito de que casamento precisa durar para sempre."
Estranha essa afirmação, já que a Bíblia declara exatamente o contrário: "O que Deus uniu, não o separe o
homem." Deus não inventou o casamento porque não tinha nada melhor para fazer. Quando quebramos
princípios criados por Ele, há consequências que vão se mostrar devastadoras ao longo de gerações,
mesmo que não as enxerguemos em nossos dias. Será que o número assustador de abortos no Brasil e o
aumento impressionante de adolescentes grávidas não têm nada a ver com esse aumento galopante no
número de divórcios? Precisamos pensar sobre isso. Precisamos agir quanto a isso. Sem retórica
moralista e enfrentando a fragilidade da figura masculina no mundo de hoje, responsável por esse
enfraquecimento da teia social, uma vez que as mulheres são as que mais lutam para manter a família
unida. Nossa sociedade está precisando resgatar a hombridade de nossos homens, fortalecendo seu
caráter e despertando-os a cumprir seu chamado de esposo, pai e cidadão. Como dizia o Dr. Edwin Cole,
hombridade e semelhança a Cristo são sinónimos. Nosso país está precisando de homens de verdade.
Nossas famílias estão precisando de Jesus!